terça-feira, 13 de novembro de 2012

JACOBINA, PORTAL NORTE DA CHAPADA DIAMANTINA.

Trilhas e cachoeiras revelam o lado ainda desconhecido da Chapada Diamantina

ARMANDO FALCÃO NETO
Colaboração para o UOL Viagem
Quando se fala em Chapada Diamantina, a maioria dos viajantes e amantes do ecoturismo se remete imediatamente a Lençóis, Mucugê, Andaraí e outras cidades que fazem parte do Parque Nacional, localizado a aproximadamente 400 km de Salvador. O que poucos imaginam é que o lado norte da Chapada oferece um rico potencial para a exploração do ecoturismo e a prática de esportes como o rapel e o voo livre.

Com 72 cachoeiras e mais de 200 km de trilhas que passam por morros, pequenas montanhas e matas, o complexo que abrange 12 municípios reúne ainda importantes elementos arqueológicos como figuras rupestres e animais silvestres como veados, onças pretas e macacos-prego.

Por ter uma melhor infra-estrutura de transporte, comércio, restaurantes e hospedagem, a cidade de Jacobina, a 331 km de Salvador, é tida como a capital da Chapada Norte. Cravada entre serras, entre elas a do Cruzeiro, que possui uma escadaria de mais de 200 degraus e é muito visitada por peregrinos em eventos religiosos, o município de aproximadamente 80 mil habitantes também se destaca pelas manifestações culturais e pela gastronomia.

A marujada e a cerimônia de Corpus Christi são os principais eventos culturais e religiosos da cidade. Apesar disso, é exatamente longe da sede que estão os atrativos naturais da cidade. Um dos lugares mais encantadores da região é o distrito de Itaitu, que está situado a cerca de 26 km do centro de Jacobina. Desse total, mais de 15 km são percorridos em uma estrada de terra.

O local reúne antigos casarios e é cercado de montanhas que escondem 12 cachoeiras, entre elas a Véu de Noiva, cujo nome foi dado por conta da semelhança com a indumentária usada em casamentos. Até chegar lá, o visitante encara uma pequena caminhada de 40 minutos, recompensada pelo visual proporcionado pela vegetação nativa.
  • Simone Cabral/UOL Cachoeira Véu de Noiva forma uma poço gelado para banhos em Itaitu, na Bahia

Com 60 metros de altura, a cachoeira está localizada num local ainda pouco conhecido até mesmo dos próprios baianos. Nem a baixa temperatura da água - devido a pouca incidência de luz solar no vale onde está localizada - desanima os visitantes, que não hesitam em tomar um banho no rio, que é repleto de pedras em volta, o que torna o passeio pouco recomendável para idosos e crianças.

A queda d'água também é fonte de inspiração para aqueles que curtem os esportes de aventura. Por formar um ângulo de 90º, a Cachoeira Véu de Noiva também é ideal para os praticantes do rapel, que representam uma quantidade significativa das 1,2 mil pessoas que visitam o local todos os anos.

Em Itaitu também é possível saborear as melhores iguarias da culinária regional. Os pratos servidos no principal restaurante do distrito - estabelecimento simples, porém bem arrumado - são a galinha caipira, o pirão de leite acompanhado de carne do sol e o assado de bode.

Os apaixonados por aventuras mais intensas podem percorrer a Trilha dos Bandeirantes, local que no passado foi notabilizado pela lavagem e separação do ouro, no período mais intenso do garimpo. Os acidentes geográficos ajudam a acrescentar dificuldades às trilhas, consideradas mais "pesadas" até pelos guias de turismo.
  • Divulgação Visual fantástico da Estância dos Bandeirantes, na Bahia

O local é apontado ainda como o melhor ponto para apreciação da fauna que ainda reúne aves e felinos ameaçados de extinção, além de árvores centenárias e matas ciliares.

Todas essas dificuldades são recompensadas pelo visual do Mirante Vale Verde - visão panorâmica de extenso vale de floresta exuberante, cânion e serra, dos paredões de 30 metros de altura próximos onde passam o Rio do Ouro e a Cachoeira dos Amores. O local possui queda de 50 metros e boas condições de banho com "hidromassagem natural".

Segundo moradores e guias de turismo, a cachoeira foi batizada com esse nome por conta da lenda do casal de índios payayás, Jacó e Bina, que teriam se apaixonado no local.

No distrito de Caatinga do Moura, por sua vez, as cavernas e grutas remetem os visitantes a um viagem no tempo devido às figuras rupestres desenhadas nas paredes das rochas.

A menos de uma hora de Jacobina, no município de Saúde, a Fazenda Payayás também é uma recompensa para o viajante que enfrenta as altas temperaturas do semi-árido baiano.

No entanto, atravessar toda a trilha para chegar até a cachoeira homônima da fazenda é um desafio que pode levar até duas horas. Para isso, é preciso ter alguns cuidados com animais encontrados no local, ainda intocado, como cobras e aracnídeos.

Ao chegar ao parque onde está localizada a cachoeira é possível curtir, além da beleza do local, um banho nas águas do rio cuja temperatura é ideal para o nado. Lá também é possível passear de botes e saltar do alto das rochas para um mergulho nas águas escurecidas pelo alto teor de ferro.

Outro ponto de rara beleza no lado norte da Chapada Diamantina, repleto de atrativos naturais, sobretudo pelas formações rochosas e desfiladeiros, é a Cachoeira do Ferro Doido, no município de Morro do Chapéu, a 90 km de Jacobina.
  • Rita Barreto/UOL Paredões rochosos e o vazio na região da cachoeira do Ferro Doido, no Morro do Chapéu

Os quase cem metros de altura da cachoeira chamam a atenção não só pela beleza proporcionada pela disposição das pedras, mas pela fina cortina que se forma nas águas no período de cheia, que ocorre sempre no mês de novembro. Os quatro pontos de quedas d'água também hipnotizam aqueles que passam pelo local.

Por ficar seca durante a maior parte do ano, a cachoeira acaba formando trilhas naturais e alguns pequenos córregos.


Como chegar

Para chegar em Jacobina, que fica a 331 km da capital, é preciso trafegar pela BR 324, via Feira de Santana até o município de Capim Grosso. A partir daí, o motorista deve seguir a sinalização até o destino.

A empresa de ônibus que possui uma linha direta de Salvador para Jacobina é a Falcão Real/São Luiz. Tel: (71) 3388-7272 / 3560

Onde ficar

Hotel Serra do Ouro
Largo do Monte Tabor, s/n
Tel: (74) 3621-3324
www.serradoouro.com

Fiesta Parque Hotel
Av. Paulo Souto, 700
Tel: (74) 3621-6916 / 6919

Hotel .COM
Rua Manoel Novais, s/n
Tel: (74) 3621-4647

Hotel das Missões
Rua Antonio Teixeira Sobrinho,72
Tel: (74) 3621-1466 ou (74) 3621 4800

Hotel e Restaurante da Matriz
Praça Castro Alves, 175
Tel: (74) 3621-5531

Hotel Triunfo
Rua Manoel Novaes, 246
Tel: (74) 3621-4086

Gastronomia

Pizzaria e Restaurante Degust
Senador Pedro Largo, 102
Tel: (74) 3621- 4388

Pizzaria e Sorveteria Ponto Chic
Rua da Missão, 68
Tel: (74) 3621- 6077

Rancho Catarinense
Av. N. Sra. da Conceição, 1188
Tel: (74) 3621-1889

Restaurante Rancho Catarinense
Av. Orlando Oliveira Pires, s/n
Tel: (74) 3621-3602

Para curtir os atrativos e belezas naturais das demais cidades que fazem parte do Circuito Norte da Chapada Diamantina, a sugestão é contratar um guia credenciado pela Armat - Associação Regional de Monitores de Atrativos Turísticos. A diária de um guia custa a partir de R$ 40. Contatos pelo tel: (74) 3621-6872.

Outra opção é contratar uma empresa especializada em ecoturismo e turismo de aventura, como a Ecoação, de Salvador. Contatos pelo tel: (71) 9282-1529 (Daniel Meira) e (71) 8779-6440 (Ruy Matheo).
 
FONTE E FOTOS:http://www.uol.com.br/

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